Produtos Certificados
Bordado de Viana do Castelo
História
O aparecimento da produção a que hoje se chama “Bordado de Viana do Castelo”, está bem documentado podendo-se mesmo afirmar que a sua certidão de nascimento apareceu formalmente no jornal A Aurora do Lima, saído em Viana do Castelo no dia 24 de Agosto de 1917, que noticiou a 1.ª exposição que ocorria subordinada a este tema e a este tipo de produtos por iniciativa da Cruzada das Mulheres Portuguesas. A esta primeira notícia e exposição seguiram-se outras exposições e outras referências às mesmas na imprensa.
Estas notícias e artigos contêm preciosas informações de que se salientam:
- a tradição de um saber, largamente espalhado entre mulheres do campo;
- o voluntarismo de uma intervenção, iniciativa da Cruzada das Mulheres Portuguesas, que pretende transformar esse saber-fazer numa ocupação com significado económico;
- a evidência da necessidade de uma mediação entre as executantes, rurais, e um mercado, urbano, a definir e a construir;
- um mesmo nome no cruzamento destas realidades: Gemeniana Branco.
Gemeniana Branco foi uma das grandes figuras impulsionadoras do Bordado de Viana do Castelo, tendo sido junto com Elzira Dantas Machado e Ana Castro Osório, fundadora da Cruzada das Mulheres Portuguesas, com o objectivo de minorar a miséria em que mergulharam muitas famílias portuguesas, pois que os homens se encontravam mobilizados a combater em França. É com uma activa solidariedade para com mulheres pobres que, sozinhas, têm o encargo de garantir o sustento das suas famílias, que Gemeniana se lança ao trabalho, ajudando as mulheres dos arredores de Viana a encontrarem os recursos de que careciam.
Usando as suas relações, promovendo exposições todos os anos, deslocando-se mesmo a Lisboa Gemeniana e a sua irmã, Margarida Branco Cerqueira, fizeram o negócio vingar. Em 9 de Setembro de 1924, o jornal Aurora do Lima noticia a lista de premiados que o Sindicato Agrícola de Viana levou à Exposição de Braga. Entre estes – produtores de diversos vinhos, geropigas, licores e aguardentes - encontra-se, de modo algo inesperado, a notícia que “os bordados em linho a cores” mereceram, naquele certame, uma medalha de ouro, atribuída a Gemeniana B. Abreu Lima e Margarida Branco Cerqueira.
Já em 19 de Abril de 1929 o jornal dá notícia da futura participação dos bordados “verdadeiras maravilhas” saídos das mãos de D. Gemeniana Branco Abreu e Lima e D. Martha Branco Nogueira, “nos grandes certames de Barcelona e Sevilha”, participação que terá decorrido com brilhantismo porquanto os seus bordados ganham uma medalha de ouro, em Sevilha e uma medalha de prata em Barcelona.
Em 1932, o Anuário do Distrito de Viana do Castelo menciona as casas produtoras de bordados de Margarida Branco Cerqueira, irmã de D. Gemeniana, e Domingos Sousa Barbosa, de Cardielos e, em 1939, o Programa das Festas da Agonia já considera a existência de mais quatro novas casas produtoras. A concorrência entre as várias casa produtoras naturalmente que se intensifica e, a este respeito, é extremamente reveladora a frase (Que criou e organizou esta indústria em Viana, procurando mantê-la na sua originalidade e carácter regionalista) que Gemeniana Branco Abreu de Lima faz publicar, logo a seguir ao seu nome, no anúncio à sua própria casa de bordados, constante no referido Programa de 1939. De facto, passados pouco mais de vinte anos sobre o seu surgimento como indústria doméstica, o bordado de Viana tinha-se imposto, mobilizava gente e era (re)conhecido, sendo comercializado para todo o país.
Com efeito, o bordado produzido pelas empresas sedIadas em Viana do Castelo era, em muitos casos,”exportado” em grandes quantidades para lojas de todo o país, à imagem do que ainda hoje sucede. As bordadeiras, em largo número, distribuíam-se pelas aldeias do concelho, muito especialmente, pelas freguesias da Ribeira-Lima, como Santa Marta de Portuzelo, Meadela, Perre, Outeiro, Serreleis e Cardielos, Santa Leocádia de Geraz do Lima, mas também pela orla marítima tais os casos de Areosa, Carreço e Afife. Todavia, o sucesso deste bordado fez com que fosse executado por outros locais de concelhos próximos.
Enquadramento Geográfico
A área de produção do Bordado de Viana do Castelo corresponde à totalidade do território do município de Viana do Castelo e ainda aos municípios de Arcos de Valdevez, Barcelos, Caminha, Esposende, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte do Lima, Terras de Bouro, Valença e Vila Nova de Cerveira.
Excerto retirado de “Bordado de Viana do Castelo – Caderno de Especificações”, Câmara Municipal de Viana do Castelo.
Entidade Promotora:

Unidades Produtivas Artesanais (UPA´s) com produção certificada
Armanda Esperaça | 919103324 |
J.M.Jorge Machado Lda. | 258110629 / 932619257 |
Isilda Parente | 258841047 / 965050654 |
Maria Augusta Gil (Marsog) | 258830898 / 917662919 / 919483907 |
Maria da Conceição Pimenta | 258822155 / 911031757 |
Marta Prozil | 258824984 |
Desde 2012
Bordados de Viana do Castelo
História
O aparecimento da produção a que hoje se chama “Bordado de Viana do Castelo”, está bem documentado podendo-se mesmo afirmar que a sua certidão de nascimento apareceu formalmente no jornal A Aurora do Lima, saído em Viana do Castelo no dia 24 de Agosto de 1917, que noticiou a 1.ª exposição que ocorria subordinada a este tema e a este tipo de produtos por iniciativa da Cruzada das Mulheres Portuguesas. A esta primeira notícia e exposição seguiram-se outras exposições e outras referências às mesmas na imprensa.
Estas notícias e artigos contêm preciosas informações de que se salientam:
- a tradição de um saber, largamente espalhado entre mulheres do campo;
- o voluntarismo de uma intervenção, iniciativa da Cruzada das Mulheres Portuguesas, que pretende transformar esse saber-fazer numa ocupação com significado económico;
- a evidência da necessidade de uma mediação entre as executantes, rurais, e um mercado, urbano, a definir e a construir;
- um mesmo nome no cruzamento destas realidades: Gemeniana Branco.
Gemeniana Branco foi uma das grandes figuras impulsionadoras do Bordado de Viana do Castelo, tendo sido junto com Elzira Dantas Machado e Ana Castro Osório, fundadora da Cruzada das Mulheres Portuguesas, com o objectivo de minorar a miséria em que mergulharam muitas famílias portuguesas, pois que os homens se encontravam mobilizados a combater em França. É com uma activa solidariedade para com mulheres pobres que, sozinhas, têm o encargo de garantir o sustento das suas famílias, que Gemeniana se lança ao trabalho, ajudando as mulheres dos arredores de Viana a encontrarem os recursos de que careciam.
Usando as suas relações, promovendo exposições todos os anos, deslocando-se mesmo a Lisboa Gemeniana e a sua irmã, Margarida Branco Cerqueira, fizeram o negócio vingar. Em 9 de Setembro de 1924, o jornal Aurora do Lima noticia a lista de premiados que o Sindicato Agrícola de Viana levou à Exposição de Braga. Entre estes – produtores de diversos vinhos, geropigas, licores e aguardentes - encontra-se, de modo algo inesperado, a notícia que “os bordados em linho a cores” mereceram, naquele certame, uma medalha de ouro, atribuída a Gemeniana B. Abreu Lima e Margarida Branco Cerqueira.
Já em 19 de Abril de 1929 o jornal dá notícia da futura participação dos bordados “verdadeiras maravilhas” saídos das mãos de D. Gemeniana Branco Abreu e Lima e D. Martha Branco Nogueira, “nos grandes certames de Barcelona e Sevilha”, participação que terá decorrido com brilhantismo porquanto os seus bordados ganham uma medalha de ouro, em Sevilha e uma medalha de prata em Barcelona.
Em 1932, o Anuário do Distrito de Viana do Castelo menciona as casas produtoras de bordados de Margarida Branco Cerqueira, irmã de D. Gemeniana, e Domingos Sousa Barbosa, de Cardielos e, em 1939, o Programa das Festas da Agonia já considera a existência de mais quatro novas casas produtoras. A concorrência entre as várias casa produtoras naturalmente que se intensifica e, a este respeito, é extremamente reveladora a frase (Que criou e organizou esta indústria em Viana, procurando mantê-la na sua originalidade e carácter regionalista) que Gemeniana Branco Abreu de Lima faz publicar, logo a seguir ao seu nome, no anúncio à sua própria casa de bordados, constante no referido Programa de 1939. De facto, passados pouco mais de vinte anos sobre o seu surgimento como indústria doméstica, o bordado de Viana tinha-se imposto, mobilizava gente e era (re)conhecido, sendo comercializado para todo o país.
Com efeito, o bordado produzido pelas empresas sedIadas em Viana do Castelo era, em muitos casos,”exportado” em grandes quantidades para lojas de todo o país, à imagem do que ainda hoje sucede. As bordadeiras, em largo número, distribuíam-se pelas aldeias do concelho, muito especialmente, pelas freguesias da Ribeira-Lima, como Santa Marta de Portuzelo, Meadela, Perre, Outeiro, Serreleis e Cardielos, Santa Leocádia de Geraz do Lima, mas também pela orla marítima tais os casos de Areosa, Carreço e Afife. Todavia, o sucesso deste bordado fez com que fosse executado por outros locais de concelhos próximos.
Enquadramento Geográfico
A área de produção do Bordado de Viana do Castelo corresponde à totalidade do território do município de Viana do Castelo e ainda aos municípios de Arcos de Valdevez, Barcelos, Caminha, Esposende, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte do Lima, Terras de Bouro, Valença e Vila Nova de Cerveira.
Excerto retirado de “Bordado de Viana do Castelo – Caderno de Especificações”, Câmara Municipal de Viana do Castelo.
Unidades Produtivas Artesanais (UPA´s) com produção certificada
Armanda Esperaça | 919103324 |
J.M.Jorge Machado Lda. | 258110629 / 932619257 |
Isilda Parente | 258841047 / 965050654 |
Maria Augusta Gil (Marsog) | 258830898 / 917662919 / 919483907 |
Maria da Conceição Pimenta | 258822155 / 911031757 |
Marta Prozil | 258824984 |